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  • Foto do escritorCarlos Henrique Silva

EXPOSIÇÃO RESGATA A ANCESTRALIDADE DOS BORDADOS EM OLINDA

Produção de Oluyiá e Teresa França abre o ano com a retomada do conhecido espaço A Casa do Cachorro Preto na Casa Balea

#artesanato #ancestralidade #culturapopular #bordado #olinda

Foto: Divulgação


Com abertura nesta quinta-feira (13) às 18h, a exposição “CAMINHOS”, da designer de moda Oluyiá França e sua mãe, a arte educadora Teresa França, apresenta a influência afro-latina-americana através de peças de vestuário com técnicas do bordado livre. São cerca de 50 peças entre bastidores, quadros, vestidos, blusas, chaveiros e colares. A exposição faz parte do projeto que retoma A Casa do Cachorro Preto na Casa Balea, em Olinda.


Mãe e filha criam histórias e elos que geram discussão coletiva e não enxergam suas obras como produto. “A moda é um conceito social, político e histórico e o mercado independente é o que traduz a moda brasileira na atualidade”, resume Oluyiá. “As ideias podem nos levar anos-luz longe do lugar que chamamos de casa, só para retornarmos sabendo que já tínhamos tudo o que precisávamos desde o começo”, conclui Teresa. Elas citam a autora do afrofuturismo Yatasha Wowack "a escolha que você não conhece é uma escolha que você não tem".


Oluyiá e Teresa França


No processo criativo, é possível ver os caminhos, as escolhas feitas. A Diáspora é signo de movimentos complexos, de reveses e avanços, de afirmação e negação, de criação e mimese, de cultura local e global, de estruturas e singularidades, de rompimento e reparação. A utilização de pontos básicos do bordado aprendidos na infância, linhas de diversas texturas e localidades, tecidos escolhidos, rendas e aplicações de décadas variadas.


O saber manual é base para expressão da ancestralidade, os insumos são artigos geracionais, tanto de gerações passadas quanto das possibilidades de criar e gerar o novo. Teresa e Oluyiá alertam que as peças trazem especificidades culturais que, se continuarem a não serem contempladas, o abismo para o diálogo será cada vez maior. É necessária a luta e a afirmação como corpos políticos negros.


Oluyiá França é tecnóloga em design de moda, pós em modelagem e criação, técnica em figurino, pesquisadora e educadora popular. Integrante do grupo de estudos acadêmicos GPEPAR/UFPE e da rede de afro empreendedores de PE. Tem uma marca autoral que leva seu nome e apresenta peças únicas, atemporais bordadas com influência da cultura afro-latina-americana.


Teresa França inicia sua trajetória na escolinha de arte do Recife em 1968, a partir daí o desenho, a pintura e a criatividade nunca mais a abandonaram. Estudou pedagogia e alfabetizou muitas crianças em escolas e projetos educacionais. Atualmente é arte educadora no Instituto Capibaribe e iniciando uma nova jornada como arteterapeuta.


Com incentivo do Funcultura, o projeto também terá no dia 23 de janeiro uma roda de conversa com a intervenção artístico-cultural. Temas como individualidade, apropriação cultural, sustentabilidade do indivíduo e do meio, abordados com interação do público.



CAMINHOS - Por Oluyiá França e Teresa França Abertura 13.01.22 (Quinta-feira), às 18h

Casa Balea / A Casa do Cachorro Preto

Rua Treze de Maio, 99 – Cidade Alta – Olinda

Visitação de quarta a domingo 16h às 22h

Obs.: Acesso com máscara e comprovante de vacina.

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