Carlos Henrique Silva
NOITE DA SEGUNDA-FEIRA LEVA CARNAVAL EM RITMOS DO FREVO AO ROCK
No principal palco da folia, o penúltimo dia da programação oficial do Carnaval do Recife começou com o Encontro dos Blocos Líricos, seguido dos shows de Almir Rouche, Pitty, Cordel do Fogo Encantado e Paralamas do Sucesso, encerrando a noite.
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Ainda era dia quando um sem número de Blocos Líricos encheu as ruas do Recife Antigo, vindos de bairros próximos e distantes com sua diversidade de cores e perfumes. O que no passado não era um encontro pacífico, hoje se configura como celebração e respeito entre clubes centenários e novos, em comum lembrando a saudade dos antigos carnavais.
Mesmo com uma parte se apresentando na Praça do Arsenal, o ponto maior de encontro continua sendo o Marco Zero. E é interessante ver a modernização dos blocos trazendo temas e fantasias para seus desfiles, como o Cordas e Retalhos que mostrou as assombrações do Recife, e ainda aproveitou a oportunidade para protestar contra a falta de incentivos à Cultura, e pela ausência da cirandeira Lia de Itamaracá nos palcos do Estado. Outro destaque foi para o centenário Bloco das Flores, um dos homenageados do Carnaval deste ano, trazendo sempre muito perfume e flores jogadas para o público.
Logo em seguida, Almir Rouche reforçou a superação da saúde e a retomada como uma das vozes mais consolidadas da folia pernambucana, num show de sucessos clássicos do frevo e outros ritmos pernambucanos. Na onda das participações especiais, Almir trouxe sua filha Bianca Rouche, na mesma linha do frevo correndo nas veias.
Era perceptível a mudança no perfil do público que foi chegando para curtir a folia junto com a baiana Pitty, com fãs principalmente adultos jovens, que acompanham sua carreira há pouco mais de 20 anos. Em especial, o show teve direcionamento para o grande público, com sucessos de tirar o pé do chão e fazer o povo cantar a uma só voz, alternando com palavras de ordem e desejo de paz, amor e transformação social.

Marcando o Carnaval como ponto de retorno, depois de um período de quase 10 anos afastado dos palcos, o grupo Cordel do Fogo Encantado trouxe a participação de mulheres com instrumentos de sopro e a mesma mescla conduzida por Lirinha com música, poesia, danças e performances. Com integrantes originários da Zona Norte do Recife e de Arcoverde, no Sertão, o Cordel já tinha dado o ar da graça no ano passado, mas agora volta com tudo. Coincidência ou não, o repetido clamor do refrão "Chover, chover" de uma das músicas de sucesso, foi seguido de uma parte do show literalmente debaixo de chuva forte.
A banda Paralamas do Sucesso foi a última a se apresentar, já a 1h da madrugada, mas com a multidão sem arredar o pé. O grupo trouxe os grandes sucessos da carreira, demonstrando a sintonia com a plateia pernambucana. Nessa sintonia, Herbert Vianna e companhia ainda chamaram ao palco uma nova participação de Pitty, levando ao delírio uma multidão que mais queria cantar em alta voz, e não encerrar mais a noite.